Pensamento
confuso, medo irracional e sentido de sobrevivência, todos me atiram para a
penumbra desse inferno que tão bem conheço e albergou o meu eu durante todo
este tempo, o sangue que me corre nas veias, diluído pelo veneno já não
consegue alimentar o meu desejo de vingança e ódio.
Sem rumo procuro
no escuro por algo que me possa dizer para onde vou mas nada. Não vejo nada não
te vejo nem sei onde te procurar, a procura por sentido me trouxe até aqui mas
agora me abandona e não sei que rumo tomar, este impasse e desalento arranca a
minha pele da carne ainda viva e pulsante, o tormento apesar de doloroso ainda
trás algum conforto pois é algo familiar mas a ausência de rumo é penosa e
dilacera a minha essência em mil pedaços.
Como um
prelúdio de desgraça a rondar a minha volta, esse teu vulto negro e putrefato
me deixa descontrolado e suga todas as minhas forças, roubando tudo à minha
volta e minando o futuro. Sinto a terra fugir por baixo dos meus pés e a minha
alma consumida pela angústia é atormentada e rasgada em bocados que se espalham
à minha volta.