Acordo a meio de um sonho, que já
estava pré destinado que não veria o sol raiar o céu azul de fim de verão,
perscruto a escuridão do quarto, quando dou por ti a surgir por entre as
esquivas sombras.
O ar frio que sempre está
presente quando me visitas, preenche os meus pulmões, sinto os meus olhos arder
quanto a tua imagem é refletida na minha retina, os teus olhos negros como o fundo
do oceano percorrem a minha alma, dilacerando qualquer réstia de esperança ou
sentimento mais nobre.
Estendes a tua mão fria e óssea,
completamente desprovida de carne ou vida, ao me tocar sinto o meu coração
disparar para logo de seguida numa dor súbita parar, sou assolado por milhares
de pensamentos que se fundem e confundem deturpando o meu último raciocínio,
entrego-me ao silêncio que finalmente se abate sobre mim.
“Segue-me” – segredas ao meu ouvido
Sigo no teu encalço por entre gritos
abafados que se ouvem ao longe, entro numa espécie de cripta de paredes escuras,
ao tocar-lhes com os meus dedos me apercebo do frio gélido que sinto invadir o
meu corpo, estremeço ao perceber que por entre essas paredes as sombras agora
em maior numero parecem-me desafiar ao se lançarem sobre mim, cedo na primeira
e num gesto reflexo de defesa, contraio o abdómen e diminuo a minha figura na
esperança de absorver o ataque, as restantes ao ver a minha atitude covarde, precipitam-se
sobre mim. Ao me aperceber da sua movimentação, sinto-me ser tomado de raiva e
num grito a plenos pulmões grito, “é a mim que me querem … pois aqui me têm”
abro os braços e com o peito projetado para a frente as deixo trespassar o meu
corpo, dilacerando tudo à sua passagem.
…
Ao chegar ao Inferno, Este irá
gelar à minha chegada e gritarei.
“Seus Filhos da Pu** , cheguei …..
Finalmente estou em casa”
3:)
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