Não quero ver mais, já é insuportável ver a terra secar e
abrir fendas expondo as suas entranhas, não posso ver as flores morrerem secas
e sozinhas sem ninguém para sentir o seu perfume, os meus olhos ardem como que
perfurados por agulhas de cada vez que olho à minha volta. Procuro na escuridão
o conforto que não mereço ter, na solidão se afogam os meus sonhos e desejos,
quando observado pelo buraco da fechadura o exterior parece tão distante e impossível
de alcançar que apenas desejo desistir por já no momento de partida sentir o amargo
gosto da derrota.
O bater do coração marca o passar do meu tempo, a forma de
como eu vivo o meu dia, por mais altos e baixos que surjam ele está sempre lá…
ao mesmo ritmo sempre a bater sem se cansar, nada o faz parar EU só o quero ver
disparar uma vez mais ou para sempre parar… mas nada acontece, como que num
purgatório a minha alma incapaz de se separar a carne, assiste sem nada poder
fazer. Saio pela manha de casa e não conheço o meu caminho, o rumo que sigo
nada me diz e para lado algum sinto que me leva, o amargo na minha boca trás
consigo os pesadelos que me assolaram durante as poucas horas de sono, os km
feitos no carro apenas servem para me castigar e lembrar o porquê de levantar
todas as manhas…
vais ver que ele vai desparar outra vez por alguem....
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