À medida que a minha angústia
cresce, também as minhas forças abandonam estre corpo. Depois de uma luta
constante e sem um fim à vista, tudo em prol do direito a uma existência
normal.
Afundo-me cada vez mais neste
pântano silencioso, onde apenas os murmúrios dos moribundos ecoam as suas
preces, carregando consigo o desejo de clemencia por um fim rápido e digno, e
contorcem-se em desespero ao ver o seu pedido revogado. O meu corpo agora imóvel
é absorvido por esta massa de lama e dejetos putrefactos, repletos de
negatividade e desilusão.
Quando me resta apenas alguns
minutos para respirar, entre a luta para tentar respirar um pouco mais e o
constante afundar, sinto o “gotejo” invadir as minhas vias respiratórias, o
peito arde como que consumido por chamas, provocado pela entrada do negro
liquido que agora me rodeia e tenta entrar dentro de mim, quanto mais os meus
pulmões lutam inflando mais e mais na tentativa de obter um pouco mais de ar,
maior é o avanço da massa negra roubando o ar de necessito.
No derradeiro momento, os meus
olhos vêm pela última vez a luz do dia, mergulho numa armadilha mortal de dor e
desilusão.
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