Quer seja noite ou dia, ouço a tua voz dentro do meu crânio …
as tuas palavras apesar de envoltas em algodão doce escondem o arame farpado
que entra no meu ouvido e penetra bem fundo, no meu ser, dilacerando tudo à sua
passagem. Nunca estou longe de ti e para onde eu caminhe tu segues-me na
sombra, silenciosamente sempre á espera do momento oportuno para despedaçar a
minha frágil realidade, as forças para te conter e combater já há muito
abondaram o meu frágil e fustigado corpo, lentamente mas de uma forma determinada
tomas conta do que resta, agora que os meus sonhos e a minha felicidade já não
existem, por terem servido de alimento ao teu voraz apetite, desesperadamente
tento te alimentar com o meu sangue, na esperança de ganhar algum tempo.
Os teus olhos negros como a lama vulcânica, atiram os meus
para um ambiente negro e desprovido de luz ou vida, onde nada floresce ou dura
mais do que um mero instante, apenas uma ténue e réstia recordação do que
costumava ser, permanece e luta contra esse negro nevoeiro que se aproxima e me
rodeia……. Envolto em dor, desespero e o borbulhar do meu próprio sangue,
entrego os meus últimos momentos para uma eternidade na procura da redenção pela
força da carne ferro e fogo.
Sem remédio
ResponderEliminarAqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
...you are not alone...